dezembro 20, 2006

Desacreditado, Greenpeace corta pessoal


Rio, 8/dez/06 (AER) – Parece que a campanha “Amazônica” do Greenpeace não está rendendo os ingressos financeiros esperados pela ONG caça-níqueis que opera mundialmente como uma franquia (cada filial tem que recolher 24% dos ingressos para a matriz, na Holanda).

O aperto financeiro do Greenpeace foi abordado pela revista Der Spiegel desta semana que investigou a situação do capítulo alemão da ONG, o que mais fatura em todo o mundo: cerca de 91,1 milhões de euros por ano, dos quais 12,4 milhões têm que ser remetidos para a matriz (seguem-se as filiais da Holanda e da Inglaterra como as que mais faturam). Apesar da ‘generosidade’ alemã, a filial vai ter que cortar na pele, dispensando 20 dos seus 160 empregados no país e, além disso, terá que aumentar o repasse anual para 13 milhões de euros. [1]

Com isso, o moral da tropa alemã do Greenpeace está muito baixo, ainda mais que seus salários serão cortados em 3% e terão que abrir mão de gratificações natalinas, férias e outros benefícios. Christianne Sattler, líder da associação de empregados do Greenpeace alemão, reclamou que esse súbito ‘downsizing’ foi desproporcional à realidade financeira da ONG: “Ninguém nos antecipou esse golpe’, disse ela.

Contudo, o orçamento das campanhas da ONG ficará intacto: “O corte de custos está concentrado na [folha] de pessoal”, disse a dirigente do Greenpeace Sylvia Koch.

Ocorre que o Greenpeace está em franca decadência nos EUA e na Europa, onde foi forçado a fechar várias filiais por falta de membros e apoiadores, daí a dificuldade em aumentar seu faturamento na Alemanha, que está estagnado. Foi exatamente para tentar reverter esse quadro decadente que o Greenpeace lançou sua campanha milionária da Amazônia (de entrada, foram 5 milhões de dólares) para ‘empolgar’ a opinião pública mundial e arrecadar mais.

Parece que não deu certo. Adicionalmente, vai ficar muito difícil para o Greenpeace exigir ‘justiça social’ de produtores brasileiros – uma das suas principais bandeiras na Amazônia – quando, na Alemanha, corta pessoal para economizar dinheiro, mas mantém os 8 milhões de euros para aprestar sua nova belonave que substituirá o "Rainbow Warrior II".

[1] Greenpeace Downsizes in Germany, Der Spiegel, 1/12/06

Hit Counters