fevereiro 06, 2007

'Máfia verde' exposta no JB


31/jan/07 - Em uma marcante série de reportagens publicadas nas edições de 28, 29, 30 e 31 de janeiro, o Jornal do Brasil promoveu uma das mais relevantes exposições públicas já feitas pela imprensa brasileira sobre a atuação do aparato ambientalista-indigenista no País. Com direito a um caderno especial na edição do domingo 28 ("Amazônia em perigo - A ocupação silenciosa"), a reportagem pinta em cores fortes a ameaça representada por esse aparelho de guerra irregular, que a equipe editorial deste Alerta tem se empenhado em denunciar há mais de uma década.

De fato, uma leitura isenta das reportagens revela uma grande identidade com nossas análises e denúncias, evidenciando uma conscientização de certos setores empresariais, políticos e, até mesmo, do governo, sobre a natureza da ofensiva ambientalista-indigenista internacional que, juntamente com a submissão preferencial ao rentismo financeiro, tem sido um dos principais obstáculos para a retomada do pleno desenvolvimento pelo País.

Certamente a decisão do jornal de publicar a série de reportagens (reproduzida na Gazeta Mercantil) reflete tal conscientização, ainda mais quando empreendimentos obras cruciais para o sucesso do recém-lançado Programa de Aceleração do Desenvolvimento (PAC), como o Complexo do Rio Madeira e a hidrelétrica de Belo Monte, se localizam na Amazônia e estão sob fogo cerrado do aparato ambientalista-indigenista internacional.

A chamada na primeira página sobre a série de reportagens não deixa dúvidas sobre seu conteúdo: "Os invasores da Amazônia agem com discrição de monge. Avessos a barulhos, usam como armas as alianças com ONGs. Liderada pelos EUA, a frente de ocupação abrange nações européias e sul-americanas. A presença estrangeira assumiu dimensões alarmantes, adverte um relatório confidencial produzido por serviços de inteligência do governo federal".

A investigação se baseia nos relatórios de 2005 e 2006 do Grupo de Trabalho da Amazônia (GTAM), que reúne especialistas em assuntos amazônicos dos serviços de inteligência das Forças Armadas e da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Um dos seus coordenadores é o coronel Gelio Fregapani, da ABIN, que foi um dos muitos entrevistados pela equipe do JB. "Obtido com exclusividade pelo Jornal do Brasil, o mais recente estudo do GTAM concentra-se em nove questões que os especialistas consideram especialmente relevantes. Condena a demarcação contínua da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, radiografa a questão ambiental, denuncia a ação do crime organizado e trata dos conflitos fundiários. O tom, sempre incisivo, torna-se áspero no capítulo dedicado à ação do governo. Ou omissão: a máquina do Estado ainda não chegou lá", afirma o texto assinado pelo editor-chefe Augusto Nunes. Outro trecho é categórico:


As organizações não-governamentais, algumas controladas por governos estrangeiros, adquiriram tal influência nas áreas indígenas que hoje substituem, na prática, o Estado brasileiro", garante o GTAM. São zonas de exclusão, tão distantes dos controles federais quanto os morros do Rio expropriados por narcotraficantes. As complicações se agravam nas reservas que traçam a linha de fronteira. É o caso do Parque Ianomâmi, encostado na Venezuela.

Na terça-feira 30, o texto dos jornalistas Clara Cavour, Fernando Exman e Karla Correia enfatiza a liberdade com que as ONGs do aparato atuam no território nacional:


Absoluto descontrole oficial sobre a atuação das ONGs, ausência do governo nas comunidades mais carentes da Região Norte, legislação pouco adequada, mais conivência do governo e da comunidade acadêmica brasileira com interesses externos têm feito da Amazônia o celeiro de uma riqueza monumental, que beneficia uma massa de estrangeiros que circula com desenvoltura na floresta. A biopirataria na região é a base de um mercado que movimenta US$ 100 milhões por ano, nas indústrias química, farmacêutica e cosméticos, segundo estimativa do Ministério do Meio Ambiente. E o Brasil não vê nem um centavo desses recursos.

O secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, Rogêrio Magalhães, admite ao jornal: "Existem espaços na Amazônia em que brasileiro não entra, tem o acesso impedido." Como exemplo, citou uma área em que o Instituto Smithsoniano de Washington atuava em convênio com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), fechada em 2001 pela organização estadunidense: "Ninguém sabia o que era pesquisado lá. Era como se fosse um território norte-americano fincado em plena Amazônia. Em um espaço desses, qualquer espécie pode ser analisada sem autorização do governo."

Também entrevistado, o jornalista Lorenzo Carrasco, membro do conselho editorial do Alerta e coordenador editorial do livro Máfia Verde: o ambientalismo a serviço do Governo Mundial, reforça a denúncia: "Esses são instrumentos para frear o governo brasileiro. Greenpeace, WWF, Amigos da Terra, Survival International, entre outras, fazem parte de uma estrutura hierárquica de interesses econômicos no eixo Estados Unidos-Europa. Essas ONGs atrasam o desenvolvimento de atividades legítimas do Brasil. Há áreas na Amazônia onde as ONGs têm mais poder que o governo. É um novo colonialismo."

Contactados pela equipe do JB, os órgãos governamentais responsáveis pelos setores onde atua esse aparato internacional se esquivaram. A Fundação Nacional do Índio (FUNAI) "reconhece sua obrigação de impedir a prática de irregularidades em territórios indígenas, mas alega que nada pode fazer para impedir que ONGs estrangeiras entrem nas reservas". Por sua vez, "o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) também não deu muitas informações sobre sua atuação na região. Informou apenas que algumas empresas estrangeiras foram autuadas por exercício ilegal de extrativismo mineral ou vegetal. Não revelou detalhes porque os processos ainda tramitam 'dentro do prazo de ampla defesa respeitando os direitos dos autuados'".

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