maio 25, 2006

A eleição vem aí: "És a favor ou contra o Greenpeace?"

Não é todo dia que ambientalistas profissionais acostumados a ruidosas “ações diretas”, como os do Greenpeace, vêem os papéis invertidos e passam a ser os alvos de protestos de cidadãos prejudicados por suas campanhas. Foi o que aconteceu na última sexta 19, quando o Greenpeace e caterva tiveram que provar do seu próprio "veneno" ao verem seu ultra-equipado navio Artic Sunrise ser todo pichado e ameaçado de ser invadido por populares enfurecidos com a ONG. Sem alternativa, os impetuosos "guerilheiros do arco-íris" tiveram que baixar a crista e se esconder no porão da embarcação para evitar o pior.

Contudo, como dispõe de recursos financeiros ilimitados, o Greenpeace vai continuar sua campanha milionária para causar o maior estrago possível na economia do Oeste do Pará e, assim, provocar o despovoamento da região, um dos objetivos estratégicos do aparato ambientalista internacional.

Em tal quadro, é importante que a aguerrida população de Santarém e arredores se aproveitem do "momentum" favorável obtido - principalmente, o de ordem psicológica - para escalar o processo iniciado não apenas para expulsar o Greenpeace da região, mas para reverter o esvaziamento econômico causado a partir da "caça aos madeireiros" empreendida pelo aparato ambientalista há mais de uma década. Neutralizados aqueles, colocaram os "sojeiros" em sua alça de mira como manobra tática. Todos sabem que a soja produzida na região é ainda insignificante quando comparada com a de outras áreas mais ao sul.

Tendo isso em mente, seria interessante que se atentasse para algumas linhas estratégicas para orientar futuras ações.

1] O porto de Santarém
É a "cabeça" da BR-163. Sem ela, a rodovia perderá muito da sua potencialidade. Mesmo que a Cargill seja muito importante para a região, o porto é que é o fundamental. Assim, o Greenpeace e caterva atiram na Cargill, mas seu alvo é o porto.

2] A BR-163
Há que reverter o "congelamento" da pavimentação do trecho paraense da rodovia imposto pelo aparato ambientalista. Como dito acima, existe uma dependência biunívoca entre a rodovia e o porto. Sem a rodovia, Santarém permanecerá mirando apenas o "rio-mar", virada de costas para o interior.

3] A hidrovia Tapajós-Teles Pires
Empreendimento de execução relativamente simples, mas que foi até agora, para variar, obstaculizado pelas "forças verdes". Além de uma hidrelétrica (não me recordo a potência), o aproveitamento deste potencial traria uma grande dinâmica para a socioeconomia do Oeste paraense.

4] Anulação do "pacote verde" de fevereiro
O deputado Asdrubal Bentes já apresentou, dia 18, um Projeto de Decreto Legislativo propondo a sustação dos efeitos dos decretos de 13 de fevereiro de 2006 - um dos "pacotes verdes" baixados por Lula - que criaram diversas unidades de conservação no oeste do Pará: a reserva ambiental do Tapajós, as Florestas Nacionais do Crepori, do Jamanxim e do Trairão, os Parques Nacionais do Jamanxim e do Rio Novo, a ampliação do Parque Nacional da Amazônia, que, incluídas ao Distrito Florestal Sustentável da BR-163, somam cerca de 25 milhões de hectares. É difícil, como o próprio parlamentar reconhece, mas não é impossível.

Existem ainda alguns outros pontos interessantes, mas acho que é o suficiente por enquanto. Porém, nunca é demais recordar que a própria eleição de outubro representa uma oportunidade ímpar para a população do Oeste paraense dar seu recado colocando os candidatos na parede: "És a favor ou contra o Greenpeace?"

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