maio 18, 2006

Santarém, paraíso do econegócio

A julgar por relatos do próprio Greenpeace e de outras fontes, a ONG está sofrendo um certo “calor” em Santarém (PA), onde são crescentes as ações do movimento “Fora Greenpeace”. No sábado 13, o Greenpeace tentou exibir, em uma grande tela armada no costado de uma embarcação local, um dos seus vários filmes propagandísticos contra a produção de grãos e outros produtos da cadeia de alimentos na falsa Amazônia, mas foi obrigado a cancelar o espetáculo. Segundo os relatos, não demorou muito para que manifestantes começasse a xingar os ativistas profissionais greenpeacianos e começaram a disparar fogos de artifício contra os barcos da ONG. “A intensidade do ataque fez com que suspendêssemos o nosso cinema ao ar livre por questões de segurança”, diz a nota. [1]

Apesar da legitimidade dos manifestantes em querer expulsar a ONG da região, pelos enormes prejuízos que ela tem causado à socioeconomia do Oeste paraense, é importante que eles analisem com inteligência os próximos passos a serem tomados uma vez que, em embates diretos, o Greenpeace e caterva levam mauito mais vantagem pois são profissionais competentes do ramo e contam com recursos financeiros ilimitados. Não demora muito, o Greenpeace vai se fazer de “vítima” de “espoliadores da floresta”.

O econegócio e a falsa Amazônia
Contudo, muito mais relevante para o futuro imediato da região e do próprio país é se compreender que, em Santarém, se trava uma importante batalha envolvendo o “ecobusiness”, ou econegócio.

Por um lado, o Greenpeace atua para arruinar a economia da região, pressionando, com suas ações intimidatórias inspiradas no método Al Capone, grandes consumidores de soja, carne e outros produtos alimentícios brasileiros, que deixem de comprar aqueles oriundos da “Amazônia”. Por exemplo, a poderosa cadeia de “fast-food” McDonalds tem mantido reuniões de apaziguamento com o Greenpeace e é bastante provável que passe a comprar produtos brasileiros que sejam “Amazon-free”, devendo ser seguida por outras gigantes do setor.

Mas, qual é a “Amazônia” considerada nos acordos? Vejamos o que diz a insuspeita The Economist, tradicional porta-voz do estabelecimento do ex-Império Britânico. Em reportagem do dia 27 passado, sintomaticamente intitulada “Como era verde meu vale” [2], a revista menciona que o Brasil luta para frear desmatamento sem lançar na pobreza dezenas de milhares de madeireiros e agricultores, mas que existe “miséria e fome monstruosas”: “Segundo Luiz Carlos Tremonte, líder de um sindicato de madeireiros, para quem esta tem sido a sina de habitantes do estado amazônico do Pará, desde que o governo brasileiro passou a perseguir madeireiros e outras pessoas que tiram o seu sustento da floresta. ´Os negócios estão parados, milhares de pessoas estão perdendo seus empregos e a ajuda alimentícia não chegou. O sofrimento dos madeireiros não é motivo de celebração, mas, para ambientalistas, o ativismo governamental que o originou, é’”.

Adiante, a revista ressalta o ineditismo deste processo: “A idéia de um país controlar o que ocorre em uma fronteira agrícola é completamente nova”, comenta Stephan Schwartzman, da ONG americana Environmental Defence Fund (EDF) e conhecido difusor do mito da “Amazônia em chamas”.

Porém, muito mais significativo foi o mapa da “floresta amazônica” brasileira que acompanha a reportagem e que é auto-explicativo:



A outra vertente do econegócio
A outra vertente do econegócio que se desenvolve em Santarém é protagonizada pela The Nature Conservancy (TNC, maior e mais rica ONG do mundo, com quase 1 bilhão de dólares em ativos), pelo Governo Britânico e pela Cargill. Em abril do ano passado, a TNC, em parceria com a Embaixada Britânica no Brasil, lançou o projeto Certificação de Soja na Amazônia, que, em dois anos, levantaria informações e verificaria na prática critérios “sócio-ambientais” para a criação de selos de certificação de soja na Amazônia. As atividades de campo envolvem cerca de 200 produtores de soja da região de Santarém, no Pará, e são fornecedores da Cargill.

O Governo Britânico aportou pelo menos R$ 1,2 milhão para o projeto: “O Reino Unido está comprometido com a promoção do desenvolvimento sustentável, aliando o desenvolvimento econômico à proteção ambiental e boa governança. No Brasil, estamos trabalhando com diversos parceiros locais. O apoio oferecido ao projeto da TNC para certificação de soja na Amazônia é parte importante do trabalho em questão”, afirmou na ocasião o embaixador britânico, Dr. Peter Collecott. “O projeto cria incentivos econômicos para que os produtores trabalhem de acordo com a legislação, atacando um dos principais problemas da Amazônia: existem leis avançadas no país, mas que, infelizmente, são seguida por uma minoria dos produtores”, complementou David Cleary, diretor do Programa da Amazônia da TNC. [3]

É compreensível que grandes produtores agropecuários brasileiros da “Amazônia”, acossados por uma propaganda planetária onde são constantemente acusados de “estupradores da floresta” para baixo, tentem, de alguma forma, chegar a alguns entendimentos de compromisso com seus detratores para conseguir alguma “trégua” ou “blindagem”. E é neste momento que aparecem os agentes do econegócio oferecendo seus produtos sob medida para cada caso, acenando com “selos verdes” de ocasião e similares que proporcionariam, aos seus clientes, uma “imagem de responsabilidade socioambiental” na opinião pública e uma espécie de “atestado de boa conduta” para facilitar a aceitação de seus produtos no mercado internacional.

Por exemplo, fazem parte deste esquema os pacotes do “Better Management Practices”, do WWF, oferecidos a cinco grupos de commodities: algodão, óleo de palma, salmão, camarão e soja, contando com projetos em estado avançado para o setor sucroalcooleiro.

Como conseqüência, proliferam no Brasil várias parcerias, formais ou não, de grandes atores do “agronegócio” brasileiro com ONGs como a citada TNC, WWF, Conservation International, Friends of the Earth, Woods Hole Research Center (via filial brasileira, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM) e Imazon, para citar as mais conhecidas.

A realidade, porém, tem demonstrado que a esperada “blindagem” acaba não ocorrendo como esperado. Um dos melhores exemplos é o selo do FSC (Forest Stewardship Council), entidade criada e controlada pela troika WWF-Greenpeace-Friends of de Earth: a maré verde que forçou a quebra do setor madeireiro no Pará e adjacências atingiu também as empresas supostamente “blindadas” pelo FSC que, igualmente, foram obrigadas a demitir muita gente, ou até mesmo a encerrar suas atividades, por falta de matéria-prima, cuja liberação ficou enredada nas severas condicionantes do Ibama desenhadas para reprimir o desmatamento na Amazônia, como exigido pelo aparato ambientalista. Por isso mesmo, alguns madeireiros se mostram apreensivos com o acercamento da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Pará (AIMEX) com o Imazon.

De fato, a própria Cargill vem sofrendo um acirrado ataque do Greenpeace e caterva em todo o mundo, sendo acusada de “destruidora” da floresta e de ter construído seu terminal graneleiro em Santarém ao arrepio das leis ambientais do país. Outro exemplo notável é o do governador de Mato Grosso Blairo Maggi, que tem sido sistematicamente atacado na imprensa internacional como algoz da floresta Amazônica, apesar da Amaggi, empresa controlada por sua família, manter uma parceria com o Imazon e de ter colaborado com o programa Articulação Soja-Brasil, do WWF.

Nem mesmo o presidente Lula - seguramente, um dos maiores benfeitores do aparato ambientalista no Brasil – foi “blindado” em sua recente viagem à Viena (Áustria), onde teve o constrangimento de ser recebido com um bem nutrido protesto do Greenpeace: ativistas da ONG, vestidas com o uniforme da seleção brasileira, seguravam bandeiras com a mensagem: “Don't Play with the Amazon. Não joguem com a Amazônia”. [4]

O importante é se entender que a alta hierarquia do aparato ambientalista manobra com habilidade seus peões que operam por controle-remoto: uns com a tarefa de morder, como o Greenpeace, e outros com a de assoprar, como a TNC. No meio, aquele que vai ser de fato “comido” na manobra, o setor produtivo moderno da região.

O mais lamentável é se constatar, uma vez mais, que o futuro do processo de desenvolvimento socioeconômico de uma região tão importante, como é o Oeste do Pará, esteja sendo decidido no eixo Washington-Londres-Amsterdã. Com o boicote “verde” aos produtos agropecuários, a criação de imensas reservas naturais vedadas a pessoas e a empreendimentos agroindustriais modernos, e a obstaculização sistemática a projetos de infra-estrutura na região, o que estamos constatando é a paulatina escalada para a instauração, de fato, de uma “soberania relativa” na Amazônia.

Notas:
[1]"Greenpeace faz cinema ao ar livre em Santarém e é atacado com fogos de artifício", Greenpeace, 13/05/06
[2]"How green was my valley", The Economist, 27/04/06
[3]"TNC e Embaixada Britânica lançam projeto para certificação de soja na Amazônia", Embaixada Britânica no Brasil, 25/04/05
[4]“Greenpeace protesta contra desmatamento da Amazônia na chegada de Lula à Áustria”, Greenpeace, 11/05/06

8 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Estou feliz com a sua iniciativa de abrir mais este "front" anti-Greenpeace. Moro em Altamira e, de longe, estou acompanhando a movimentação em Santarém. Também já sei sobre o adesivo colado nos veículos. Santarém está de parabéns por ser a primeira cidade do Brasil a fazer algo de concreto com os tentáculos imperiosos da intromissão estrangeira sobre a NOSSA querida Amazônia.

Um forte abraço.

Mário Barbosa.
mariohoje@gmail.com

20/5/06 10:11  
Anonymous Anônimo said...

Prezado,

Aqui você cita várias ONGs que tem se aliado ao agronegócio, como a TNC. Isso é mesmo verdade, daí a importância de saber de que ONGs se está falando, o que ela faz. Assim como no ramo do agronegócio talvez tenha algum com responsabilidade social e ambiental. Do mesmo modo entre as ongs existem aquelas que se vendem. Mas vc deve analizar que essas não participam das grande articulações da sociedade civil. Alguma delas vai ao Fórum Social Mundial, por exemplô?
Mais uma vez a desinformação vem à tona.
E NÃO ESQUEÇA: ONG significa Organização Não-Governamental. Então a Sindicado Rural é ONG, a APAE é ONG, quem mais, quam mais?

20/5/06 13:14  
Anonymous Anônimo said...

vc fala do econegócio. Muito bem, então porque os empresários falidos de santarém que ficam puxando o saco dos sojeiros não investem em econegócios? São incompetentes mesmo.

20/5/06 13:16  
Anonymous Anônimo said...

E conheço várias pessoas que foram ameaçadas e tenho depoimentos, imagens e provas disso. Muitas denuncias já foram feitas no Ministério Público. O fato é evidente, não adianta esconder!

20/5/06 13:18  
Anonymous Anônimo said...

a Cargill tambem é nossa ????
ainda bem né !?

20/5/06 23:37  
Blogger Nilder Costa said...

Prezado Mário Barbosa,

Muito obrigado pelo apoio. Mesmo que estando em Altamira, vc pode contribuir para expulsar os profissionais dolarizados do Greenpeace da nossa Amazônia.

Além disso, vc pode também influir para a criação de um comitê - ou algo similar - para a construção de Belo Monte e outras hidrelétricas atingidas pelo aparato indigenista-ambientalista internacional com a sua milionária campanha "do facão ao apagão". Lembra do Paulinho Paiakan, o tal 'índio' em cuja defesa o Sting e outras personalidades do jet-set internacional elevaram à condição de vítima, no início de 1989 aí em Altamira?

Chegou a hora de dizer toda a verdade.

Saudações fraternas,

Nilder Costa

21/5/06 18:04  
Anonymous Anônimo said...

Paz marca “Caminha pela Floresta em Pé” em Santarém

Aconteceu neste domingo, dia 21 de maio a Caminhada pela Floresta em Pé, organizada pela Frente de Defesa da Amazônia, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Grupo de Trabalho Amazônico e Greenpeace.

O evento reuniu mais de dois mil trabalhadores rurais, sindicalistas, estudantes, moradores de comunidades rurais, religiosos e cidadãos em geral para um protesto pacífico contra a ocupação predatória da Amazônia realizada pela monocultura da soja.

O evento teve seu ponto de concentração em frente ao Mercadão 2000, principal referência da produção familiar em Santarém de onde seguiu até o porto da multinacional norte-americana Cargill, principal financiadora e compradora de soja na região.

O movimento já tinha sido programado pelos movimentos sociais locais, e em função do acontecido da sexta-feira, quando ativistas da organização tentaram impedir o carregamento da soja em uma balsa no porto da Cargill e foram agredidos por funcionários da empresa e por sojeiros que alugaram barcos e tentaram invadir o Navio do Greenpeace, a manifestação se tornou também um apoio público da sociedade civil organizada ao trabalho da entidade em Santarém.

Diferentemente da carreata dos sojeiros e seus apoiadores, que teve carros de luxo, automóveis 4 x 4 e caminhões, o movimento de hoje foi uma caminhada autêntica da população tradicional de Santarém, a maioria sem condições de adquirir carros, afinal a soja não trouxe emprego nem melhorou a qualidade de vida do povo, como é divulgado na cidade. Mas não foi necessariamente por isso que o movimento preferiu a caminhada, mas sim pela maior possibilidade de animação do povo na rua, da integração de todos.

Arte, irreverência e valorização da cultura local.

Na caminhada não faltaram apresentações culturais de músicos e artistas locais. Estava presente o locutor que é um dos maiores sucesso da rádio Tapajós em Santarém, Teodorico, com seu jeito caboclo e linguajar popular, é uma das fortes expressões da identidade cultural local e alegrou os participantes. Um exemplo que os comunicadores e a mídia pode ser diferente.

No meio do povo, uma equipe de TV brincava de imitar os repórteres do Programa Rota 5, da TV Ponta Negra. Na versão irreverente, o programa foi apelidado de “Arrota Assim”, o repórter J Senna, conhecido como “o homem do sapato branco” ganhou a versão de “o homem do sapato vermelho” que anunciava: “se você quiser mandar uma mensagem para o nosso programa é só passar uma mensagem para: sojeiro@terra.com a cargill”. O cinegrafista verdadeiro do Rota 05 se ocupou de filmar cada passo da irreverente equipe de reportagem.

De modo geral, houveram muitas críticas à imprensa local. Uma estudante da Ulbra de posse de um exemplar do Jornal Liberal aproveitou para protestar contra uma matéria e foto publicada que apresentava todos os estudantes da mesma universidade como contra o Greenpeace, sendo que a mesma é assessora de imprensa do centro acadêmico e assim como outros estudantes, não compactuam com as opiniões divulgadas. Ressaltasse que a ULBRA é uma universidade particular vista tendo a maior concentração de filhos de sojeiros e da elite santarena.

Não faltaram provocações, mas a caminhada foi marcada pela paz.

Durante o trajeto da caminhada não faltaram provocações por parte dos sojeiros, que colocaram suas caminhonetes em pontos estratégicos para “observar a manifestação”. Ovos foram jogados no carro de som, e pessoas foram vistas no meio do povo proferindo palavras provocativas. No rio, o empresário Nivaldo Pereira, proprietário da Tv Ponta Negra, era visto com sua lancha fazendo manobras de demonstrações de arrogância. A polícia militar colocou dezenas de homens armados principalmente em frente ao prédio da Cargill, mas do que em todo o percurso da caminhada. Foram feitos cordões de isolamento e impedida a passagem de carros. Apesar disso, em vários momentos grupos de sojeiros tentavam entrar no meio do povo.

Mas a passeata foi marcada pela paz e alegria, dentro do que se pode esperar de um povo digno e trabalhador que sabe manifestar suas opiniões com verdadeiro sendo democrático. Das janelas de suas casas, moradores aplaudiam a manifestação e colocavam faixas e panos brancos pedindo paz na cidade, paz na floresta.

O debate sai ganhando

Um dos principais resultados da Caminhada foi a adesão de cada vez mais pessoas ao movimento pela floresta em pé e em favor de um desenvolvimento junto para a região. Setores antes vistos totalmente contra as opiniões dos movimentos sociais agora demonstram estarem divididos. O assunto é cada vez mais debatido entre os cidadãos e daqui para frente, espera-se menos violência e maior qualidade dos debates. A sociedade civil organizada deu o exemplo. E a pressão pública agora deve partir não apenas para cobrar que a justiça se cumpra com a já condenada Cargill, mas também que ela pague o preço dos prejuízos sociais e ambientais que vem causando na região.

21/5/06 18:48  
Blogger Jovens pela Floresta said...

Prezado Vanderlei,
achei por bem copiar pra vc a notícia que foi publicada no Blog www.amazoniavivasantarem.blogspot.com

Lá tem também uma Errata 5, que foi feita depois da matéria exibida no programa ridículo de onde vc deve tirar suas fontes.


Mais mentiras de sojeiro

Setores da mídia santarena estão dando voz a uma “denúncia” de que participantes da Caminhada pela Floresta em Pé foram pagos para participar da manifestação. Um sr. foi a um programa de televisão dizer que viu (mas não tem como provar) pessoas recebendo R$ 150,00 para se juntar à caminhada.

Imaginemos que se esse cidadão acha que pessoas engajadas, conscientes de seu papel enquanto povo da Amazônia se vendem, é uma demonstração pura de que ele próprio se vendeu. Será que essa merreca foi o preço dele, que parece ser santareno, para denegrir o movimento legítimo da população organizada que luta por seus direitos e por um desenvolvimento justo?

Esse mesmo cidadão foi visto jogando ovos no carro de som da caminhada e ao lado de um sojeiro fazendo gestos provocativos aos manifestantes. Dá pra acreditar?

Santarenos mandam recado para Cargill


Ao Grito “fora a Cargill”, uma grande manifestação, promovida por dezenas de entidades e movimentos sociais da cidade e do campo, atravessou a Orla Santarena e terminou na frente da multinacional americana Cargill.

Mais de 1500 representantes dos moradores de Santarém, das comunidades de ribeirinhos e do planalto santareno participaram da passeata para reivindicar o afastamento da Multinacional da Região para que acabe o processo de destruição da floresta e a sua substituição com a monocultura de Soja.

A manifestação pacifica, é uma resposta em massa as violentas provocações, que há dias grupos de “sojeiros” e do empresariado local estão praticando contra ativistas do Greenpeace e dos movimentos sociais que lutam há anos contra a presença da Cargill e a sua política de incentivos à destruição da floresta.

Com essa grande mobilização definitivamente o embate saiu da periferia do “campo”, aonde era resolvido com a prevaricação e às vezes com a violência gratuita dos mais “poderosos” contra os mais fracos. Esse embate, hoje permeia a cidade toda, e em todos seus setores.

A mobilização em massa quebrou o clima de “medo” que setores truculentos ligados à grilagem de terra tentaram espalhar na cidade, com ameaças, provocações e agressões. Hoje não há dúvida nenhuma que a democracia ganhou um grande espaço, com a sociedade santarena toda podendo se manifestar abertamente, discutir suas perspectivas, e o seu futuro livremente.

O movimento “Fora a Cargill”, ilegalmente instalada em Santarém, e que está funcionando pendurada em liminares nas varias instancias judiciais, ganha agora forca e perspectivas, mostrando para todos que por poderosa que seja a Multinacional Americana terá que arcar com a conta salgada, do passivo sócio-ambiental que provocou na região.

30/5/06 14:14  

Postar um comentário

<< Home


Hit Counters