março 27, 2007

Transgênicos: Greenpeace a um passo do ecofascismo


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22/mar/07 (AER) – A centésima reunião da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), com início marcado para as 9 horas de hoje, teve que ser adiada depois que ativistas profissionais do Greenpeace, escudados pela procuradora regional da República Maria Soares Cordiolli, invadiram o recinto para participar da reunião na marra.

Pretensamente, os ativistas entraram na sala e exigiram ficar presentes até que os membros da comissão decidissem sobre o pedido de acompanhar a reunião, feita dias antes e acabram conseguindo o que queriam, o cancelamento da reunião pois alguns membros do colegiado se negaram a votar sob tais condições de constrangimento.

Walter Colli, presidente da CTNBio, disse que caso o governo não garanta que a próxima reunião se realizará sem ameaças de estranhos, não haverá reunião. "De repente a gente nota que há uma fragilidade no Estado brasileiro, quando órgãos do Estado não conseguem se reunir por ação digamos indevida de pessoas que não pertencem a esses órgãos. A CTNBio discute coisas sensíveis, há divisão no Brasil sobre essa tecnologia. Se não tivermos uma proteção do governo, melhor não reunir", disse ele, comparando o incidente a uma hipotética tentativa de quem quer que fosse de participar das reuniões do Conselho de Política Monetária (Copom) ou do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), ao indagar: "Por que não vão todos entrar no Copom para fazer parte da reunião?". [1]

Colli afirmou ter visto na presença de membros do Greenpeace uma manobra para evitar um eventual liberação comercial do milho da Bayer, já que Lei nº 11.460, publicada ontem, reduziu de 18 para 14 o quórum mínimo necessário para a aprovação na CTNBio. "Foi uma manobra.... A redução do quórum fez com que eles ficassem sem alternativa", disse Colli, classificando a invasão como "ação totalitária", de "desrespeito" ao Estado democrático de direito e que o Greenpeace alegou direitos democráticos para "violentar" as reuniões da comissão. [2]

Muitos poderiam interpretar as palavras de Colli como um compreensível desabafo, mas não é bem assim. Não é preciso ir muito longe para se recordar como os nazistas, por exemplo, se valeram das leis e direitos democráticos da República de Weimar para chegarem ao poder. De fato, existem vários estudos sérios alertando sobre vinculações históricas e ideológicas entre o que chamam de 'ecologia profunda' e o fascismo. Um deles é Peter Staudenmaier que, em seu ensaio "Ecologia Fascista: a 'vertente verde' do Partido Nazista" (Fascist Ecology: The "Green Wing" of the Nazi Party), mostra que uma das primeiras prioridades dos nazistas ao chegarem ao poder foi implementar suas políticas ambientalistas 'progressivas'. Igualmente, a escritora inglesa Anna Branwell demonstra que os nazistas foram os primeiros ambientalistas radicais a governarem um Estado estabelecendo um sistema policial de proteção de reservas naturais e habitats silvestres, por meio de grupos especiais de tropas SS. Os nazistas se horrorizavam com a construção de usinas hidrelétricas nos rios "sagrados" e aprovaram várias leis sobre os direitos dos animais que levou, anos depois, alguns intelectuais a observar que, quando uma sociedade trata animais como seres humanos, ela está a um passo de tratar seres humanos como animais.[3]

Ações desrespeitosas e até truculentas como são usuais no Greenpeace não contribuem para a causa da necessária e correta proteção ambiental da população brasileira. Ao contrário, elas devem servir de alerta pois o radicalismo e o obscurantismo praticados pelo Greenpeace o colocam a um passo do ecofascismo.

Notas:
[1]CTNBio ameaça suspender reunião de abril, Agência Brasil, 22/03/07
[2]Reunião da CTNBio sobre milho é suspensa após briga, Valor, 23/03/07
[3][Anna Bramwell, "Ecology in the 20th Century: A History", Yale University Press, New Haven, 1989, cap. 10


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